A CONDESSA SEM CHETA

A CONDESSA SEM CHETA
MY BOOK

Sunday, 30 January 2011

MEU AMOR TE ABRAÇA




Tua vida passa a correr
Como tu passas por mim.
Nos teus sonhos a morrer
Mas eu continuo, assim.

Em desassossego constante,
As mãos agitadas, os gestos.
Nesse teu olhar errante
Vejo sonhos, manifestos.

Que vontade de viveres
Que inferno o tempo passar.
Se realizas o que queres
Tudo, em ti, parece vibrar.

Conheço bem teu sonhar,
Essa incrível inquietação.
Muito tens para desbravar
Longe da minha emoção.

Mas meu amor te abraça
É ele quem te consola
O meu amor te desenlaça
Da urgência que te assola.


AUTORA: JOAQUINA VIEIRA

Thursday, 27 January 2011

MOMENTO DE ALMA - PENSO EM TI, E NO INFINITO



Eu nunca me esqueço de ti!
Lembro-te quando olho o céu carregado de nuvens;
Lembro-te quando a chuva cai de mansinho ou em dilúvio;
Lembro-te quando os prados se enchem de flores;
Lembro-te quando te ausentas sem tempo para regressares;
Lembro-te quando sei que visitas vales e montanhas;
Lembro-te quando sei que não te esqueces de mim;
Lembro-te quando penso em ti e no infinito;
Lembro-te quando me lembro das tuas mãos nas minhas;
Lembro-te quando a saudade vem à luz do dia
Entretanto, amigo,
Por incrível que pareça, tudo o que, às vezes,
Me faz esquecer de ti
É, ao mesmo tempo, o que me leva
A nunca esquecer-te.
És tu quem me faz ver
Tudo o que em mim vive.
Estás sempre num pouco de tudo,
Sempre serás tudo para mim!


AUTORA: JOAQUINA VIEIRA

Saturday, 22 January 2011

O PREÇO DO AMOR





Minha vida entreguei,
Numa feira, a mercadores.
Com eles negociei
O custo dos meus amores.

O preço era tão alto
Que hesitei, por momentos.
Teria que deixar no asfalto,
As desilusões, os sofrimentos

Nada tinha a perder
Já que tudo era novidade.
Queria com meus olhos ver
Se era amada, de verdade.

Minhas armas depositei
Quando encontrei o amor.
Tão desarmada fiquei
Que esqueci até a dor

Apareceu perante mim
Outro anjo sofredor.
Trazia um ramo de alecrim
Para a vida inteira, um amor

Cansada, abri meus braços,
Entreguei-me com paixão.
Numa noite de abraços
Ele encheu meu coração

Nada me prometeu
Mas persiste preso a mim.
Ele está no mundo meu

Nos meus lençóis de cetim.

POR: JOAQUINA VIEIRA

Friday, 21 January 2011

POEMA À AMIZADE




Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas enquanto houver amizade,
Faremos as pazes, de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe,
Mas se a amizade permanecer,
Um do outro se irá lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos.
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos.
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe.
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento,
Juntos o vivamos e dele nos lembraremos, para sempre.
Há duas formas para viver a vida:
Uma é acreditar que não existe milagre;

A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.

POR: JOAQUINA VIEIRA

Thursday, 20 January 2011

MOMENTO DE ALMA - EU TE AMO, MEU AMIGO !



Amigo!
Hoje lembro-me de ti.
Lembro os momentos juntos,
Os momentos ausentes,
As conversas deitadas ao vento.
Sinto falta…
Do teu abraço amigo, também da tua voz.
Do teu sorriso aberto e franco…
Da tua mão segurando a minha,
Quando escorria o meu pranto.
Sinto falta…
Onde estás amigo?
Em que Estrela,
Em que dimensão te encontras?
Quero rever-te…
Quero ter-te…
Quero tocar-te…
Descansar no teu colo…
Voltar a sussurrar baixinho,
Só para ti…
Eu te amo, MEU AMIGO!


AUTORA: JOAQUINA VIEIRA

Monday, 17 January 2011

POEMA À MINHA ALMA

ESTA, SOU EU,
QUANDO PROCURAVA MINHA ALMA

Quando a alma é rica,
Um raio de sol com ela fica.
A alma é forte e sofre
E descobre o seu destino
Numa vida de elite,
A alma deserta.
Se não sabe onde fica
A alma pura é ingénua
E veste-se nem que seja de chita.
Vestida de luz, ela sempre acredita.
Mesmo que amedrontada,
Pode a alma ser alguém,
Quando alguém a visita.
Tem a esperança prevista,
Quando viver for a regra,
Num corpo jovem se veste
Todo o cantar da alma.
Tem o seu reverso,
A alma tem a sua verdade.
Para que ninguém duvide
Ela se inventa e recria,
Passando de crise em crise,
Sempre cheia de energia.


AUTORA: JOAQUINA VIEIRA

MOMENTO DE ALMA - NA VOZ DOS TEMPOS



Se a noite desassossega teu coração
E empalidece a tua luz, tua visão,
Já tua alma mergulhou em ti, mulher.
No teu corpo, tua alma cresce.
Se existes,
Não és lenda na voz dos ventos.
És sombra de nuvem que passa
Nos olhos cegos de lamentos
Ou nos murmúrios da desgraça.
Já foste bosque primaveril
Com odores de primavera.
Ramo verde em mês de Abril
Água que corre e não espera.
Quando a noite se afasta
Dando lugar à tristeza,
Trás ilusões e arrasta,
Consigo, toda a incerteza.
Vai chegar a madrugada
E vais mergulhar na vida,
Se não ficares parada
Presa ao silêncio da partida.
Embora, desesperada...
Alguns fins, choro derramado,
Por momentos marcados,
No teu destino deixados,
Na tua alma intercalada.

AUTORA: JOAQUINA VIEIRA

Thursday, 13 January 2011

MOMENTO DE ALMA - POEMA À VIDA




Não me sei guiar
Nesta aventura
Nesta amargura…
Deitada ao mar
Na vida,
Em sentimento.
Virtude que alimenta
O esquecimento….
Minha sombra,
Minha agonia,
Deixou-me, um dia.
Meus olhos de menina
Em ventos
A que me dei.
Na vida me banhei
Como canto de sereia,
Por mares, a entrar.
A vida,
Com lágrimas reguei.
Solos que encharquei
Nesta estrada
De secura,
A vida.
Nos amores que deixei,
Nos que encontrei,
Minha alma encontrou
Searas por ceifar.
Ao vento,
À tempestade.
Entreguei meu fruto por apanhar.
Neles larguei meus receios
Com medo de não saber amar…

09/12/2010


AUTORA: JOAQUINA VIEIRA

MEU CORAÇÃO IMENSO



Imenso!
É meu coração.
Nele vejo doação
Ao encontrar a razão.
Sombras!
Que se abrem,
Rasgam.
Imenso!
É o espaço,
Batendo a compasso.
Perco-me na vastidão
Que é meu coração.
É o deserto
Deste bater incerto,
Acordes de melodia.
Imenso é pouco!
Falar de gratidão
Na imensa escuridão
Doutro mundo ou não.
Trago razão
De sentires….
Sentir meu coração
Para cobrir minha paixão
De viver com alegria
Outros sentires….
Eles se ausentam
Dentro do meu tempo

29/09/2010


AUTORA: JOAQUINA VIEIRA

HOSPITAL


Sinais do tempo
Que o tempo arrastou.
Na memória do tempo
Sua cruz deixou.
Entre espaços vazios
Onde a mente se cruzou.
Pensamentos vadios
Que meu corpo limou
Em corredores vazios
Sem palavras que animassem.
Dentro do ventre
Queimam palavras vazias.
Batas brancas e azuis
Em mim empurram
Anseios que entorpecem.
Na precariedade do ser
Onde tudo para,
Onde os demais se olham
Com ternura e compaixão,
Num rio de emoção
Cruzam-se conversas,
Adversas no tempo.
Desinteresse rotineiro
Todo este sentimento.
Olhares que se perscrutam
Sem palavras para dizerem,
Neste ambiente insólito
Onde se esconde o medo.
Ninguém aqui escapa!
Aqui não interessa a poesia
Nem há paciência para a prosa.
Todos temos que estar juntos
Neste sentir de impotência.
O corpo cede,
O medo se instala,
A mente trabalha.
Nas mãos trémulas
Escorre o medo contido
Nestes momentos perdidos,
Neste espaço exíguo
Onde a esperança tropeça.
Calam-se as dores e alertas
Por trás de uma janela aberta
Por onde tudo possa passar.
Mas o tempo fica retido,
Dentro deste pensar,
Ou deste mal-estar,
Que é uma sala de estar
Dentro de um espaço vazio,
Que é um hospital.
Mas minha mente se ausenta
Para uma pradaria de flores,
Onde vivem outros amores,
Onde a saúde não falta.
O corpo, em forma, se manifesta
Entre alegria e uma festa,
Que é o milagre da vida.

18/11/2009


AUTORA: JOAQUINA VIEIRA

POEMA À FELICIDADE



Todos a procuramos
Mas parece complicado encontrá-la.
Devido à forma errada da procura,
Dizem que a felicidade não existe
E que só existem momentos felizes.
Será impossível encontrar
Essa personagem utópica?
O mundo não é para ser disputado
Como se fora uma propriedade privada,
Mas sim para ser partilhado.
Nele existe lugar para todos,
Se nos despirmos da vaidade
E do desejo de ser o centro das atenções.
Instala-se então, em nós, a humildade
Que é privilégio dos grandes.
Só os medíocres não sabem isso.
Esses procuram fazer passar
Uma imagem de superioridade
Que é o estandarte dos vazios.
Vamos respeitar todos os seres.
Só assim crescemos espiritualmente.
Vamos aprimorar o nosso pensar
Que não somos donos da verdade.
Vamos respeitar o livre arbítrio.
Existem formas de chegar à felicidade!
Acompanhem este meu raciocínio:
-Caminhemos, lado a lado, com um amigo
Para o pudermos ajudar ainda mais;
Devemos sorrir, sempre, para alguém;
Um sorriso espontâneo e sincero
Deixa feliz quem o recebe;
Falemos de coisas boas
E tentemos ver o lado bom das pessoas;
Nunca falemos de erros do passado;
Quando nos faltar a calma
Respiremos fundo, não fazendo nada
De que nos possamos arrepender;
Esqueçamos a inveja e a ingratidão
Que trazem sentimentos de amargura.
Isto vem da aprendizagem
E vale a pena tentar.
Se inserir estes pensamentos
Na sua vida diária,
A sua autoestima vai melhorar
E sua vida também.
Para achar esta personagem
Chamada felicidade,
Vamos procura-la não como um fim
Mas como um caminho.
Assim ela se tornará mais acessível.

SEJAM FELIZES

AUTORA: JOAQUINA VIEIRA

RETRATO PSICOLOGICO



Apareceste do nada,
Da bruma do momento.
Eu te olhei,
Tu me olhaste.
Por momentos me retive
No pensar e na aparência.
Mas o momento terminou
Onde devia começar.
Então minha mente repousou
No meu descontentamento.
Esperei que ficasses!
No momento nem pensei
Que, nem sequer, tinha certezas.
És um rio que vai descendo
Ao sabor de cada momento.
Tens tal grandeza de alma
Que vale mais que toda a incerteza.


AUTORA: JOAQUINA VIEIRA

RECADO PARA TI




É hora de marchar
Por dentro de pradarias.
Fazer do caminho uma ode
E, dos teus braços, meu ninho.
Quando sobreveio a tua crise
Estava eu na meia-idade.
Por ela passei, solitária.
Pensamentos tumultuosos,
De repente, me assombraram.
Enquanto tu marchavas, ocupado,
Não te deste conta do que senti.
Enquanto travava uma batalha,
Jovem e de peito aberto, aceitei
Uma crise fora da idade.
Abracei-a, com muita ansiedade.
Nunca desejei ter que atravessar
O deserto da mutação.
Tudo, em mim, mudou:
Meu corpo;
Minha mente;
Meu coração.

AUTORA: JOAQUINA VIEIRA

QUIETUDE





Sinto em mim a quietude
Que me devolve a juventude.
Com o tempo a conquistei.
Tenho-a num lugar de eleição
Onde ninguém pode entrar.
Para ela mandei construir um castelo,
Com muralhas de espantar,
Com soldados a vigiarem.
Moramos num lugar altaneiro,
E não existe um primeiro
Que o consiga alcançar.
Levou comigo o seu tempo
E proclamou ao vento
Que não me deixará derrubar.
Há mentes feridas que atiram
Pedras para nos alvejarem.
Mas estamos num ponto cimeiro.
Os outros, os que nos tentam afrontar,
Muito pouco podem contar.
Já ninguém nos pode separar.
Despego-me dos fragmentos,
Que trocarei por momentos
Desta quietude, meu lar.

07/08/2010

AUTORA: JOAQUINA VIEIRA

QUANDO EU MORRER


MEU TRAJE DE FESTA

Hoje não quero lembrar
O que a noite me fez sofrer.
Mas hoje, ao acordar,
Pensei que, um dia, vou morrer.
Será quando vestirei meu traje de festa
E quando tudo se manifestará.
Até aquilo que aprendi.
Vou, então, lembrar tudo
O que vivia em mim.
Dos raios de sol vou cegar,
De tudo me vou recordar,
Tudo irei entregar.
Meu corpo, vazio de nada,
Mesmo perdendo a cor da vida,
Vai comemorar a existência sentida.
Será percebido meu sorriso inteiro
Para quem comigo quiser festejar.
Para trás vou deixar só palavras.
Como tudo, nem elas me pertenceram.
Apenas se assomaram, se doaram.
De inatas, as deixarei, intatas,
Para quem as quiser viver.
Mas já não lembrarei,
Do que antes me fazia lembrar.
Ficarei satisfeita se ouvir alguém cantar
Ou até algo, sobre mim, declamar.
Estarei, ali mesmo, presente,
Atenta aos comportamentos.
Escutarei a minha voz,
Que ninguém mais escutará,
Dentro de mim a apregoar,
Que tudo o que vou legar
Será obra feita para o devir.
Vou então depor a máscara
E seguir o meu rumo,
Que será outra estrada.
A estrada que estava marcada,
Desde os primores do amanhecer.


AUTORA: JOAQUINA VIEIRA